O VERDADEIRO ADORADOR (Is 12)
- Marcus Nascimento
- 13 de jan.
- 14 min de leitura
INTRODUÇÃO:
Tenho observado uma imensa variedade no modo de adoração na Igreja, que em vários casos expressam uma total desconexão da realidade experimentada na Bíblia. Muitos estão preocupados com forma e buscam a todo o momento, utilizando estratégias, no afã de chamar a atenção das pessoas para algo importantíssimo e único, a proclamação do evangelho, mas esquecem que as coisas não são de qualquer jeito. Aparentemente, a intencionalidade se justifica com o objetivo pelo que quer se alcançar e vamos criando uma confusão quase insolúvel.
É preciso dizer, que a verdade que há em Cristo sempre será para o ser interior dos que creram. Em nenhuma hipótese isso vai ser modificado, incluindo a melhor intenção possível. Temos que diligentemente encontrar os princípios norteadores do que vamos chamar de verdadeira adoração. Isaías vai nos desafiar a compreender sua mensagem nesse capítulo, da mesma forma que os seus ouvintes compreenderam ao serem lembrados do sentido de adorar a Deus. E, nesse pequeno capítulo, ele nos faz pensar profundamente em como entendemos, pois, na continuidade da temática sobre o Messias e seu reino, ele esclarece o valor fundamental da adoração como gratidão, que brota do interior e transforma-se no modo de viver, baseado no que Deus fez pelo seu povo.
O autor ao nos transmitir a ideia sobre adoração, faz o povo lembrar de onde Deus os tirou e os livrou, desafiando-os a viver em alegria permanente e contagiante, onde toda a terra poderá contemplar o impacto profundo e definitivo na vida do povo de Deus. Adoração não acontece pela realização de celebração coletiva da comunidade da fé, mas como o estilo comprometido em adorar com o ser interior, que entende quem Deus é e o que ele fez definitivamente pelo seu povo.
Observemos como o profeta inicia o capítulo, usando a conjunção aditiva no intuito de mostrar a continuidade do que tratou no capítulo 11. Em seguida usa o verbo com significado de transmissão de discurso direto, fornecendo comando e declarando a importância do que irá proferir como diálogo ou fala de Deus para o seu povo. Isaías estava repassando um discurso de quem tem autoridade e poder; bem como, esse discurso deveria ser passado às gerações, porque foi assim que Deus estabeleceu desde o deserto da peregrinação de Israel. Assim, ele cria o ambiente para falar algo extremamente relevante para o momento histórico vivido pelo profeta, como também, para que as gerações futuras possam caminhar na mesma direção que os ouvintes originais foram chamados a compreender e viver.
O VERDADEIRO ADORADOR TEM MOTIVOS PARA VIVER CONSOLADO
O autor inicia pelo que é mais importante de tudo, o perdão de Deus. Isaías vem comunicando suas mensagens, afirmando o estado constante de erro e pecado do povo diante de Deus, confirmando a rebelião e a passividade para a ira de Deus. Era um povo de impuros lábios e tudo que fazia para Deus estava completamente contaminado por motivação e ação reprovadas por Ele. Era como se ele dissesse, escatologicamente, que o povo estará semelhante aos seus ouvintes, afinal, o autor fala de dias futuros ao usar a expressão Naquele Dia. Mas concomitantemente, ele assegura, que assim como eles serão perdoados, os ouvintes da mensagem também poderiam ser. As declarações de Deus e suas promessas não estão passivas pelo tempo, porque em qualquer momento que for proclamada, prosperará para o que foi designada.
O autor chama o texto do versículo como se fosse o acontecimento com ele, mas ele apenas se coloca no lugar do povo. Além disso, ele usa a expressão usada por Jesus quando se dirigia ao Pai, a saber: GRAÇAS TE DOU. A ideia é que Isaías traz à mente o que Deus fez. A percepção dos feitos é tão grande, que causou no profeta a gratidão, a confissão e o louvor, semelhantemente, a uma pessoa que se curva diante do que está recordando. Ele traz à tona o agradecimento, a confissão e o reconhecimento do carácter e dos atos de Deus pelo seu povo.
A adoração prestada por Isaías, envolvia expressão absolutamente sincera de reverência, devidamente acompanhada de movimentos físicos compatíveis com o reconhecimento da soberania e benevolência de Deus, mediante o estender as mãos e o curvar-se diante de Deus. Ele compreendeu a profundidade tanto dos motivos que o levaram a adorar quanto a forma de representar essa adoração.
Toda vez que trazemos à memória os feitos de Deus, nossa atitude não pode ser diferente do que Isaías ensina. O causativo impactante em nós deverá ser adoração de agradecimento com total reverencia a Deus pelos seus atos em favor do seu povo.
Ele fixa o que aconteceu de tão profundo, para gerar nele essa atitude de adoração, a saber: TE IRASTE CONTRA MIM. Deus tinha uma respiração forte e enfurecida contra o povo, personificado na figura do profeta. Não haveria outra possibilidade, senão Deus dar uma resposta ao pecado humano e sua desobediência. A atitude de Deus em relação a essa realidade da ira poderia discorrer ou para julgamento ou para correção. Sim, era uma resposta justa às violações da aliança feita por Ele com seu povo, a qual foi rompida por idolatria e feitiçaria, expressando o total desprezo pelos seus mandamentos. Contudo, é importante lembrar, que Deus sempre intencionou gerar pela ira o arrependimento sincero no seu povo e restaurá-lo à sua condição original.
Corroborando essa ideia, o autor afirma que, A TUA IRA SE RETIROU. A ideia de arrependimento está metaforicamente estabelecida. Há três elementos importantes no arrependimento aqui: primeiro, é o retorno a Deus por arrepender-se do pecado. Segundo, é o retornar para Deus ao estado anterior de restaurado. Terceiro, retornar para Deus, a fim de continuar a viver em fidelidade e obediência. Sem esses três elementos, não haveria hipótese de voltar ao estado de bênção e favor de Deus. Arrependimento significava assumir o compromisso de seguir os mandamentos de Deus. A situação não foi modificada, porque Deus achou que o julgamento ou a correção eram pesadas, mas porque houve mudança de correção de rumo.
Com a aplicação da ira sendo revogada, não há outra atitude no profeta do que TU ME CONSOLASTE. Isso é bastante claro, porque o verbo tem a ideia causativa no ser. Por isso, ele tem motivos de sobra, porque assim como soprou forte para a ira, soprou igualmente forte para o consolo. Com isso, Deus trouxe consolo e conforto interior ao profeta. Assim, onde existia tristeza e angústia, agora, existe perdão. Deus cumpriu sua fidelidade e misericórdia, quando houve verdadeiro arrependimento e demonstrou sua capacidade de resposta. O perdão gera louvor de gratidão, que motiva o povo de Deus a viver em sua presença consolado, por seu estado ter sido mudado por Deus com base no verdadeiro arrependimento.
O que Isaías está focando, é o fato do povo de Deus ter o motivo de prestar verdadeira adoração, a saber: foi perdoado por Ele. Essa verdade é muito importante destacar, porque em ambos os testamentos o perdão esteve presente na vida dos que são chamados de povo de Deus e as afirmações cristológicas asseguram que esse perdão ocorreu em função da pessoa e obra de Cristo.
Portanto, o povo de Deus precisa percorrer o caminho de viver sempre consolado, porque o estado de pecado causativo de separação do convívio com o Deus revelado nas páginas das Escrituras, foi resolvido absolutamente em Cristo e confirmado na resposta de arrependimento.
O VERDADEIRO ADORADOR FAZ DOS FEITOS DE DEUS A SUA ADORAÇÃO
Após ter a experiência de perdão, que gerou seu conforto e consolo, o autor nos mostra a atitude correta do adorador, em reconhecer que os feitos de Deus são motivos suficientes para declarar o que Ele significa.
Ele começa com a frase: DEUS É A MINHA SALVAÇÃO. Esse é o verdadeiro brado de vitória, porque pela intervenção divina há salvação. Isso envolve tudo, incluindo o perigo, a angústia ou opressão. Deus mediante o Messias nos deu a salvação e essa é a nossa vitória. Somos consolados, porque fomos perdoados e como perdoados somos salvos. Prestemos atenção no que se segue, porque o profeta mostra os motivos da afirmação de Deus ser sua salvação.
1. EU CONFIAREI. A ideia transmitida é de segurança e de certeza no fato de ser salvo, mesmo que haja insegurança e inimigos por todos os lados, seja através de reinos conquistadores seja pelos inimigos que se levantam, eu tenho verdade e confiança nas promessas de Deus. Confiar indica convencimento na capacidade de Deus em cumprir as implicações de necessitar de socorro. É a dependência completa em Deus. Isaías está dizendo, que a confiança em Deus é o termómetro da verdadeira adoração.
2. NÃO TEMEREI. O medo gera o pavor, que gera temor e gera um estilo de vida apavorado. Estamos repletos de irmãos dominados pelo medo em todas as áreas da vida. Alguns temem até perder a salvação. Não experimentaram o consolo pelo perdão, que nos traz a salvação de Deus. Há um sentimento de terror e de ansiedade por causa das coisas imprevisíveis e incertas na vida, tornando-se presas fáceis para se tornar um deserto. Às vezes, o único momento de lucidez é aquele nas assembleias (quando Israel se apresentava) ou nas reuniões (cultos da Igreja). Isaías nos diz, que os atos de Deus devem gerar um povo salvo e convicto do amparo de Deus e do seu cuidado e proteção. Temor, só deveria existir em relação a Deus, mas não medo paralisante, antes o temor com reverencia, reconhecendo o poder e a autoridade de Deus. O autor nos diz que, quem faz Deus a sua salvação, precisa viver sem temor, porque Deus tem capacidade para cumprir a salvação.
Após assumir, sua confiança e ser destemido pelo fato de Deus ser a sua salvação, o autor nos diz, sabe porquê?
1. ELE É A MINHA FORÇA. O autor nos faz lembrar, que há um lugar de refúgio e de segurança com poder e força operacional, prontos para defender a todos que foram consolados e salvos. Isaías afirma que Deus é o poderoso guerreiro e protetor como se fosse uma cidade completamente fortificada e intransponível. Ele é a força dos seus servos e provou pelos seus feitos sua onipotência.
2. ELE É O MEU CÂNTICO. É preciso lembrar, que cânticos eram entoados nos cultos comunitários em Israel. Essas canções celebravam vitória diante dos inimigos, lamentos em tempos difíceis e louvor a Deus. O povo criou os cânticos, a fim de expressar os atributos de Deus e expressar o entendimento humano sobre os feitos de Deus. Assim, o profeta tem a absoluta convicção, que os cânticos não somente expressam o que Deus fez coletivamente, mas também, individualmente. De modo que, o verdadeiro adorador entoa cântico como expressão daquilo que Deus fez e é na vida do adorador.
3. SE TORNOU A MINHA SALVAÇÃO. A existência do seu povo deve ser pautada na salvação operada por Deus em seu favor. Esse verbo enfatiza a natureza eterna de Deus, como se dissesse que Ele sempre existiu e age de forma dinâmica, com atos salvíficos e de forma propositiva. Ele não está alheio aos acontecimentos no mundo, na vida do seu povo coletiva ou individualmente. De forma que, Ele está operando o livramento e outorgando a vitória.
O VERDADEIRO ADORADOR VIVE COM ALEGRIA
Que tapa de luvas. Se perguntássemos a nós mesmos, somos alegres depois de sermos consolados e tornado Deus em nossa salvação ou essas coisas não nos satisfazem? É claro, que Isaías está conclamando e não perguntando.
Observemos o quadro montado pelo profeta. No início do capítulo ele mostra a situação de passividade para Deus aplicar a sua ira, depois ele diz que houve mudança de direção e a ira foi revogada, em seguida caminha para a vereda do consolo. Ao entender o perdão recebido, Ele define o que Deus representa para ele, agora ele exorta ao povo para reagir em face do entendimento recebido. Ele disse que isso aconteceu convosco, não foi somente comigo. Portanto, ajam em conformidade com essa nova realidade de convívio de Deus no meio do seu povo.
Ele inicia com ALEGRIA. Algo precisa mudar na forma de vida. Deus fez tudo por nós e devemos estar alegres constantemente, como um estilo de vida de quem conhece os feitos realizados de Deus e como um povo que quer que as nações conheçam esse mesmo Deus. Então, exultem, alegrem-se, tenham alegria e júbilo, se encham de regozijo e entendam o acolhimento de Deus por vós. É isso que o profeta exige do povo em atitude. Não podemos guardar a alegria dentro de nós, é preciso expressá-la no modo como adoramos a Deus. O que nos move em cantar, é a alegria que temos pela presença de Deus no nosso meio. Nas reuniões coletivas cantamos, quando estamos sós cantamos, porque a alegria é fruto do que Deus é e fez em nosso favor.
Estão alegres, agora comecem a ver nos atos de Deus em nosso favor pela salvação e transformemos esses atos em influência na forma de viver. Como?
1. TIRARES ÁGUAS DAS FONTES DA SALVAÇÃO. Para e pensa, o deserto é repleto de água perene e abundante? Isaías diz ao povo, olhe ao nosso redor e ao invés de se entristecer, faça da salvação operada por Deus ao nosso favor, a motivação e a fonte para olharmos as circunstâncias e sermos alegres, porque temos a salvação de Deus. Sabemos que extrair água diariamente no deserto, era uma tarefa árdua, essencial e comum nos tempos antigos. Os poços eram locais de encontro social, onde as notícias eram compartilhadas e as histórias tomavam proporção gigantesca. Assim, retirar água simbolizava a continuidade da vida, a manutenção do sustento e o refresco diante do sol escaldante. O que o profeta está dizendo é: façam da salvação operada por Deus o meio para manter a vida saudável do verdadeiro adorador, que tem motivos para viver alegre mesmo com as circunstâncias desfavoráveis, pois fontes indicam um lugar de provisão e bênçãos.
2. DAI GRAÇAS AO SENHOR. A salvação operada por Deus a seu favor, faz seu modo de viver com gratidão no coração. Proferir a gratidão, demonstra a sua felicidade permanente em viver com Deus. Adore a ele pela salvação recebida, porque nunca mais será desamparada, porque o Deus que fez, estará sempre com cuidado, proteção, livramento e bênçãos,
3. INVOCAI O SEU NOME. O verbo envolve a ideia de chamar a atenção, como se fosse chamar, proclamar, ler ou nomear alguém. Isso era feito em voz alta mesmo. Nome é uma espécie da marca de uma denominação. Os judeus sempre colocaram os nomes de seus filhos e família, levando em consideração o significado e o destino. Faziam do nome um meio de abençoar a vida de quem nasceu. Quando aplicado a Deus denota sua autoridade e poder. Assim sendo, invocar o nome significa honra a quem está sendo invocado.
4. TORNAI MANIFESTOS OS SEUS FEITOS. Essa é uma declaração de fé. Isso indica, que se conhece os feitos e experimentou, percebeu a dimensão de significado dos feitos, compreendeu a quem se aplica os feitos e reconheceu o seu autor. Em outras palavras, é o saber do significado dos feitos. É importante o foco no conhecimento e compreensão profundo, pessoal e relacional. Há três elementos muito importantes no conhecimento: a consciência intelectual, a experiência relacional e a familiaridade. O profeta diz ao povo: chegou a hora de fazer conhecido os feitos de Deus, por conhecimento intelectual (palavra), a experiência com Deus e a familiaridade continuada com Ele.
5. CONTAI QUÃO EXCELSO É O SEU NOME. A grande verdade é que quem adora, proclama. Isaías disse exatamente isso. Primeiro, por usar um verbo cujo sentido está voltado para a memória. Chamando ao povo para recordar ou lembrar, marcar e mencionar, como se trouxesse à mente os eventos, as promessas e os mandamentos e fizesse isso a sua comemoração; além disso, era a expressão de adoração e fidelidade à aliança com o seu Deus. trazer à memória, indicava mais do que cognição, porque era a confirmação de compromisso de agir conforme o que lembrara; de modo que a aliança e a identidade do povo estavam definidas. Segundo, ele usa o verbo no tempo imperfeito como uma ação em continuidade sempre e na forma do Hifil para enfatizar como esse estado de ser que proclama por adorar acontece. O autor não nos deixa no vácuo (vamos contar o quê?), mas define o motivo e o objeto da proclamação como adoração. EXCELSO, essa é uma palavra que evoca a autoridade e a segurança em Deus, a firmando ser Ele alto, exaltado, elevado, seguro e forte, trazendo à mente o poder, a proteção e a divindade Dele; de modo que, ele não deixa dúvidas do motivo pelo qual se proclama em adoração a Deus. NOME, indica a pessoa e as obras realizadas e, evidente, que Isaías está relembrando toda a história relatada desde Gênesis, direcionando seu discurso à continuidade da obediência em não ter outros deuses, mas também, de guardar e repassar pelas gerações o ensino de Deus pelos estatutos, mandamentos e feitos.
O VERDADEIRO ADORADOR FAZ DA SUA BOCA O INSTRUMENTO DE ADORAÇÃO
Fundamento e motivação representam o motivo pelo qual abrimos a boca para adorar a Deus. Isaías quis reafirmar essa verdade, explicando nessa estrofe dos versículos 5 e 6, onde esclarece que o fundamento é as coisas grandiosas e a pessoa de Deus e que a motivação que toda humanidade e o próprio povo de Deus. Assim, ele finaliza esse capítulo ensinando que o cântico é fruto de lábios que compreenderam o que é ser um verdadeiro adorador de Deus.
Ele inicia com o verbo descritivo do estado do ser, CANTAI, com a ideia de fazer músicas, incluindo a composição e cântico, e, a celebração com essa música. Isso envolve tanto os instrumentos quanto o cantar como expressão de alegria, gratidão e reverência. De forma que, cantar se tornou em instrumento do ensino que traz à memória e as obras e a pessoa de Deus no ambiente de unidade da comunidade. Assim, tanto a música quanto o canto eram vistos como instrumentos poderosos para a edificação do povo. SENHOR, Isaías não deixa o povo esquecer, que não existe culto a personalidade humana, mas exclusivamente a Deus, então toda ação verbal do versículo é direcionada a Deus, não há como dividir a glória e nem usa esse recurso para promoção pessoal ou financeira. Agora, o autor esclarece:
1. O fundamento de se cantar ao Senhor é FEZ COISAS GRANDES. O foco está na majestade única de Deus, que o tornava incomparável, gerava a adoração e a reverência como o ser governante de toda a terra e, consequentemente, combatia o orgulho humano. O autor expressa absolutamente, que compor e entoar cântico a Deus, é a declaração de autoria de que todos os atos criativos, a natureza suprema e soberania, bem como os atributos divinos são exclusivamente pertencentes ao Deus revelado a Israel. Foi Ele quem criou, fez, realizou e executou as coisas grandiosas e por isso é digno de receber a adoração pelos cânticos dirigidos a Ele.
2. A motivação é universal, para que TODA TERRA SAIBA. É muito interessante o verbo usado por Isaias na sua forma, porque tem a ideia de que toda terra saberia (como se lembrasse de alguém), que todas coisas majestosas foram feitas por Deus e isso geraria conhecimento, percepção, entendimento e reconhecimento à pessoa de Deus. Assim, a terra (os habitantes) teriam conhecimento profundo, pessoal e relacional com Deus mediante o Messias e dariam o devido crédito a Deus pelos atos, incluindo a criação, e, por conseguinte, adorariam a Deus.
Agora, além de cantar, o estilo de vida do verdadeiro adorador, que exulta e canta com a alma em profundo consolo.
1. EXULTA. O foco está no estado permanente de alegria e exultação, que faz com que o adorador reluza de alegria pelos triunfos e faça celebração contínua a Deus. É o espírito vibrante da comunidade, como resultado do favor e das bênçãos. Isaías nos ensina, que o verdadeiro adorador tem alegria em adorar ao seu Deus. CANTA, é a voz que responde profunda e sinceramente à majestade, libertação e bênçãos de Deus; como também, é a voz que canta alto e jubilosamente em fé e gratidão a Deus por Deus está na vida do seu povo. O cântico deve expressar nosso entendimento, narrar os feitos e promover a unidade na adoração.
2. GRANDE É O SANTO DE ISRAEL. Isaías usa o adjetivo para falar da importância, grandeza e poder de Deus, porque Ele é grande e, si mesmo. Em seguida, o chama de SANTO DE ISRAEL, para indicar que há pureza moral e ritual em si mesmo e todo relacionamento e culto não podem acontecer sem santidade por parte do adorador, porque Deus não muda seu status e suas exigências intrínsecas.
3. NO MEIO DE TI. A ideia aqui é de inclusão, que assegura ao povo seu pertencimento e participação na vida de Deus e a garantia da presença e da orientação de Deus na vida individual e coletiva de Israel. Essa é a promessa de Deus na bíblia, de que estará no meio do seu povo.
CONCLUSÃO:
Quantas coisas Deus fez pelo seu povo, através do Messias. Não à toa, o chamou de Deus conosco (Emanuel), a fim de dar a mensagem certa de consolo, salvação, força e cântico; bem como, confiar ao seu povo a missão de celebrar com ações de graças, invocá-lo, proclamar seus feitos e exultar ao seu nome, não somente para que o seu próprio povo lembre, mas que todas as nações saibam quem é Ele e o que fez. Com isso, o profeta nos ensina o significado do verdadeiro adorador e dar-nos diretrizes conclusivas sobre o que Deus espera. Em nenhum momento, Isaías nos dá lastro para invencionices ou autonomia em como adorar a Deus, mas também, nos ensina que tudo ocorreu por causa da pessoa e da obra do Messias. Assim sendo, quem adora a Deus precisa ser um verdadeiro adorador.
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